Uso racional de antimicrobianos

Diretrizes:

  • O uso racional de antimicrobianos é uma atividade que inclui seleção, dosagem, via e duração correta da terapia antimicrobiana. O enfoque principal do programa de uso racional de antimicrobianos é otimizar este uso, para produzir ou estabilizar os níveis de resistência a antibióticos, e promover a segurança do paciente.
  • Um programa abrangente para controle de infecção limita o surgimento e a transmissão de bactérias resistentes a antimicrobianos.
  • Um programa do uso racional de agentes antimicrobianos inclui algumas intervenções possíveis:
  • Auditoria prospectiva e feedback
    • Formulário terapêutico de indicações aprovadas de antimicrobianos
    • Educação
    • Diretrizes clínicas
    • Formulários de prescrição de antimicrobianos
    • Racionalização ou escalonamento da terapia
    • Otimização de doses
    • Conversão de endovenoso para oral
  • O sucesso do programa de uso racional de medicamentos requer a abordagem interdisciplinar, com colaboração entre os médicos, farmácia e do serviço de prevenção e controle de infecção hospitalar. É essencial a participação e apoio dos administradores do hospital, coordenação do corpo médico e demais profissionais da saúde.

 

Controle de eletrólitos concentrados

Diretrizes:

  • O objetivo dessa ROP é avaliar e limitar a disponibilidade de eletrólidos concentrados das áreas de serviço aos pacientes, a fim de garantir o uso seguro de medicamentos de alto risco.
  • Essa atitude evita a administração inapropriada de certos medicamentos, cujos efeitos são geralmente irreversíveis.
  • O Hospital Santa Marta faz auditorias frequentes dos eletrólidos concentrados, evitando estocá-los nas áreas de prestação de serviço. São eles:
    • Cálcio (todos os sais): concentrações acima ou igual a 10%
    • Sulfato de Magnésio: concentração acima de 20%
    • Potássio (todos os sais): concentrações acima ou igual a 2 mmol/ml (2mEq/ml)
  • Quando for necessário ter eletrólitos concentrados em determinadas áreas de prestação serviços, o comitê interdisciplinar para gestão de medicamentos analisa e aprova os motivos de tal disponibilidade e as proteções instaladas para minimizar o risco de erro.

 

Segurança no uso de heparina

Diretrizes:

  • O medicamento heparina é considerado de alta vigilância, ou seja, necessita de atenção e cuidado por conta dos riscos que pode trazer ao paciente.
  • O hospital realiza auditoria frequente de produtos de heparina não fracionada e de baixo peso molecular nas áreas de prestação de serviços, e não estoca heparina não fracionada de dose alta (50.000 unidades total por recipiente) nessas áreas.
  • O Hospital Santa Marta limita a disponibilidade dos seguintes produtos de heparina nas áreas de prestação de serviços:
    • Heparina de baixo peso molecular: o uso de frascos-ampola multidose está limitado às áreas de atendimento crítico para doses de tratamento
    • Heparina não fracionada (alta dose): superior ou igual a 10.000 unidades total por recipiente (p. ex. 10.000 unidades/1 ml; 10.000 unidades/10ml; 30.000 unidades/30ml) é fornecida por pacientes específicos quando preciso.
    • Heparina não fracionada para uso intravenoso: p.ex., 25.000 unidades/500 ml; 20.000 unidades/500ml é fornecida por pacientes específicos quando necessário.
  • Quando for necessário que os produtos acima citados estejam disponíveis em determinadas áreas de prestação de serviços, o comitê interdisciplinar de gestão de medicamentos revisará e aprovará os motivos para disponibilidade e as proteções instaladas para minimizar o risco de erro.

 

Medicamentos de alta vigilância

Diretrizes:

  • Os medicamentos de alta vigilância incluem, mas não se limitam a: antitrombóticos, adrenérgicos e quimioterápicos; eletrólitos concentrados; insulina, narcóticos (opioides); bloqueadores neuromusculares e agentes de sedação.
  • A política de medicamentos de alta vigilância identifica uma lista de fármacos potencialmente perigosos com base no formulário terapêutico da organização e em dados sobre erros com medicamentos.
  • As estratégias para uso seguro de medicamentos de alta vigilância podem incluir:
    • Padronização de concentrações de medicamentos de alta vigilância e opções de volume;
    • Uso de soluções pré-misturadas (disponíveis no comércio e preparadas por farmácias);
    • Uso de bombas programáveis com limites de dosagem e alertas automáticos;
    • Colocação de rótulos de advertência nos produtos perigosos logo que sejam recebidos na farmácia;
    • Uso de alertas visíveis e rótulos auxiliares;
    • Uso de rotulagem específica para o paciente no caso de concentrações incomuns;
    • Limitação de acesso a medicamentos de alta vigilância nas áreas de serviços e fiscalização rotineira para avaliar os itens que devem ser removidos;
    • Solicitações, armazenagem, preparação, administração e dispensação dos produtos através do uso de protocolos, diretrizes;
    • Segregação e fornecimento de acesso, para reduzir a possibilidade de erros de armazenamento;
    • Prestação de treinamentos sobre medicamentos de alta vigilância;
    • Emprego de protocolo de dupla checagem automática ou manual.
  • Uma política de gestão de medicamentos de alta vigilância pode enfatizar estratégias relacionadas à população de pacientes de alto risco, inclusive pacientes idosos, de pediatria e neonatal, bem como nos pontos de transição, como admissão, transferência e alta.

 

Treinamento em bomba de infusão

Diretrizes:

  • Quanto maior os tipos de bombas de infusão existentes na organização, maior é a chance de erros graves.
  • Para minimizar o risco, os colaboradores devem receber treinamento contínuo e eficaz em bombas de infusão.
  • Esta formação é particularmente importante, dado que muitos colaboradores muitas vezes trabalham em mais de uma organização, ou seja, eles precisam ser competentes no uso de muitos tipos diferentes de bombas de infusão.
  • As organizações também são incentivadas a padronizar, na medida do possível, as bombas de infusão.

 

Segurança no uso de narcóticos

Diretrizes:

  • Os opioides foram identificados como medicamentos de alta vigilância, que é uma área de enfoque de segurança.
  • São estratégias efetivas para minimizar o risco de óbitos ou lesões graves, limitar a disponibilidade e assegurar que os formatos de altas doses de opioides não sejam estocados nas áreas de prestação de serviços.
  • Para otimizar o uso seguro de narcóticos, as organizações também podem considerar a implantação de uma equipe de tratamento da dor.